domingo, 21 de setembro de 2008

China

Mídia diversificada e tecnologias da informação aperfeiçoadas expõem as pessoas a uma gama mais ampla de idéias. Porém, alguns governos pretendem controlar idéias e tentam negar a seus cidadãos o acesso a elas. E um desses países é a CHINA, podemos comprovar por um simples acesso procure "Praça Tiananmen" em www.google.cn. (o site chinês autocensurado do Google) e depois faça a mesma pesquisa em www.google.com (a versão principal, com base nos EUA).
Os resultados são diferentes no google.cn, os resultados descrevem a localização geográfica da praça e, de forma chocante, não fazem nenhuma menção ao massacre de estudantes de 1989, acontecimento descrito nos principais resultados da busca em google.com. O Google não está sozinho. Microsoft, Yahoo!, Baidu e outras empresas da internet que operam na China, sejam elas baseadas nos EUA ou na China, filtram quase na totalidade os resultados da busca, por ordem do governo chinês.
Em uma época em que grande parte do nosso conhecimento chega até nós pela internet e por novas mídias, tal exclusão arbitraria de eventos históricos e de informações atuais sobre serviços de noticiários, governos democráticos, educadores e organizações de direitos humanos revela um ataque amplo à liberdade de discurso e de expressão. O mais perturbador do que ver governos reprimindo a liberdade de expressão é reconhecer que empresas, muitas vezes [empresas] dos EUA, os ajudam a assim proceder.
A Anistia Internacional é a principal organização não governamental que mais luta pela causa “liberdade de expressão e de informações na internet” começou seus relatos sobre a questão em novembro de 2002. No relatório Controle da internet pelo Estado na China, a Anistia citava diversas empresas dos EUA — Cisco Systems, Microsoft, Nortel Networks, Websense e Sun Microsystems — que teriam supostamente fornecido tecnologia utilizada para censurar e controlar o uso da internet na China.
Várias empresas aceitaram na sua totalidade as solicitações de governos para prestar serviços, direta e ativamente, de vigiar e-mails e blogues e censurar e filtrar o conteúdo da rede e os resultados de buscas. Apesar de a sua retórica sobre direitos humanos ter adquirido novas nuances, as empresas continuam a cooperar com as práticas abusivas de governos que tiram partido da tecnologia para reprimir a livre expressão. Em julho de 2006, a Anistia publicou mais pesquisas sobre o papel das empresas de internet dos EUA no relatório Solapamento da Liberdade de Expressão na China, que enfocava a colaboração do Yahoo!, Microsoft e Google com a filtragem, pelo governo chinês, de e-mails e de ferramentas de busca e com a censura do conteúdo da rede e de blogues.
O relatório descreveu como a Microsoft, por exemplo, filtra resultados de ferramentas de busca, exibindo apenas o que é sancionado pelo governo chinês. Além disso, a Microsoft negou a usuários do MSN Spaces um serviço de blogue e a capacidade de escrever e intitular seus blogues sobre determinados temas considerados inaceitáveis pelo governo chinês, como "Falun Gong", "A independência do Tibete" e "4 de junho" (a data do massacre na Praça Tiananmen). O jornalista e blogueiro chinês Zhao Jing (também conhecido como Michael Anti), um crítico ativo da censura na China, lançou seu blogue em MSN Spaces. O blogue de Zhao foi fechado pela Microsoft em dezembro de 2005, aparentemente atendendo a solicitação de autoridades chinesas.
E outro exemplo para aniquilar a liberdade de expressão, o governo chinês condenou o jornalista Shi Tao a 10 anos de prisão por enviar um e-mail pela sua conta do Yahoo! para um site pró-democracia dos EUA. O e-mail continha informações que o Departamento Central de Propaganda Chinês tinha relatado ao jornal em que Shi trabalhava. A instauração de
processo e a condenação de Shi Tao foram possíveis porque o Yahoo! forneceu dados pessoais de possuidores de contas ao governo chinês. Apesar de o Yahoo! ter afirmado em depoimento perante o Congresso dos EUA que não sabia de nada "sobre a natureza da investigação" sobre Shi Tao, a documentação liberada da solicitação indicava o contrário. Altos funcionários do Yahoo! Compareceram perante o Comitê de Relações Exteriores da Câmara de Deputados dos EUA em novembro de 2007 para responder a uma acusação formal de que a empresa sabia estar atendendo a uma solicitação injusta de dados sobre Shi Tao. O grupo foi crucificado pelo congresso, pela falta de escrúpulo com os direitos humanos sendo tachados “pigmeus” morais e seu desempenho, de "tremendamente decepcionante."
Dez dias depois da audiência, o Yahoo! Fez um acordo judicial com a família de Shi Tao e de outro jornalista chinês preso. A subsidiária do Yahoo! Baseada em Hong Kong, negou a responsabilidade, mas concordou em pagar aos jornalistas uma quantia não revelada. Fato ainda mais perturbador, o Yahoo! não pôde garantir ao Congresso que o acontecido com Shi Tao jamais acontecerá de novo.

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